O Caminho das Pedras: Começando no RPG

Hoje eu li a matéria [RPGCon 2009] Não sou RPGista e fui a RPGCon publicada no site Paragons, onde uma garota descreve sua ida ao RPGCon, mas não é sobre isso que irei falar aqui. Ela comenta em sua entrevista que procurou na internet sobre o jogo e achou apenas conteúdo para quem já era entendido no assunto, o que a deixou meio perdida, por isso resolvi fazer esse texto. Mas antes de continuá-lo algumas coisas que preciso dizer:

• Divulgue esse texto a vontade, copie, cole, entregue no seu trabalho de escola, plagie no TCC do seu curso, pode fazer o diabo a 4 com ele.
• Eu comecei também por conta própria, lendo, adquirindo livros e montando um grupo, o que contarei aqui é basicamente minha experiência pessoal, acrescida de detalhes que vim a descobrir depois de conhecer o hobbie.
• A melhor forma de conhecer o jogo é jogando, por isso se você conhece alguém que já joga, pegue seu telefone agora e ligue pra ele pedindo para jogar uma sessão de RPG, não serão horas perdidas. Se não conhecer ninguém, se intere um pouco sobre o assunto e tente montar seu grupo, pois é jogando que se aprende.

Vamos começar então:

Aquela velha história, o que é RPG.

Se você veio até aqui, possivelmente deve ter uma pequena noção do que é, mas vou tentar da forma mais clara possível explicar o que é o jogo (como dizia um antigo professor meu de informática: “Sempre explique as coisas, como se você estivesse as explicando para a pessoa mais burra do mundo, ela pode vir a ler sua explicação”)

O RPG é uma evolução dos jogos de tabuleiro (Wargames, como o War por exemplo), ele foi criado na década de 80, com o sistema Dungeons & Dragons. Nesse jogo, os jogadores se reúnem, com seus livros e dados multifacetados, e um jogador especial, chamado geralmente de Mestre ou Narrador começa a contar uma história, e as outras pessoas são os jogadores, elas criam um personagem fictício, que existe apenas na imaginação dos jogadores, e no papel (falaremos disso depois). O mestre então começa a contar a história, onde os personagens dos jogadores estão envolvidos, e os jogadores por sua vez descrevem o que seus personagens fazem ante a história que o mestre apresenta.,

Por exemplo:
Mestre: Vocês estão na entrada de uma caverna, lá dentro está muito escuro, mas vocês podem ver um fraco brilho azul no fundo da caverna.
Jogador: Eu vou então caminhando lentamente caverna adentro, indo em direção ao brilho azul.
Mestre: Você chega até o brilho azul sem problemas, ao se aproximar você vê que o brilho é a porta para uma outra sala iluminada, você entra e lá dentro, em meio a milhares, talvez milhões, de cristais azuis, você vê um dragão dormindo.

Assim transcorre mais ou menos um jogo de RPG. Isso tudo os personagens que falam, não há nada real ou físico (mesmo por que a gente não encontra um dragão dando sopa por aí, no mundo real).

Resumindo então: É um jogo onde um grupo de pessoas se reúne para jogar uma história contada pelo Mestre, interpretando personagens fictícios criados pelos próprios jogadores.

Como Joga?

Pelo fundamento do RPG, você pode jogar sem nada, apenas sentado em um círculo de amigos e começarem a contar uma história juntos. Mas isso pode se tornar meio chato, é preciso um desafio, um gostinho a mais, por isso criamos regras no RPG, elas também tem a função de determinar se alguma coisa acontece ou não. Acima delas, apenas o mestre!

Essas regras geralmente se baseiam em um fator aleatório, por isso entram os dados. E não apenas os dados comuns, também os dados de 8, 10, 12, 20, 30, 100 lados, além de vários outros números de faces, ou alguns até mesmo com elementos diferentes de números (Como os dados FUDGE, que é um cubo normal, mas seus lados são +1/+1/0/0/-1/-1)

Mas o jogo não é regido apenas na sorte, se que quiser acertar uma flecha em uma mosca eu só conseguirei com muuuuuuuuita sorte. Já o melhor arqueiro do mundo pode conseguir essa proeza. Para o jogo não depender apenas de sorte, existe a ficha do personagem, que lhe diz o que o personagem sabe fazer, como é seu porte físico, e suas desvantagens.

Tá, mas quais são as regras disso?

Não existem regras fixas, RPG é um estilo de jogo, e existem os Sistemas de RPG, essas sim são as regras do RPG. Cada sistema tem regras próprias ou modificadas de outros sistemas. Esse conjunto de regras visa cobrir as ações mais comuns que os personagens dos jogadores (a partir de agora PJ) podem realizar quando interagem com o mundo a sua volta. Os dados são usados para colocar o fator sorte dentro do jogo.

Existem uma folha de papel (parecido com um formulário), onde são colocados as informações dos personagens, onde seus atributos físicos e mentais são descritos, concedendo benefícios a um PJ em certas ações, e a outro PJ em outras. Não deixando o jogo apenas no fator sorte.

Tá como eu começo um grupo então?

Se você foi quem procurou primeiro, o natural é que ao começar um grupo, você acabará por ser o mestre. Então, você precisará pelo menos conhecer as regras do jogo, quase de cabeça. Não se preocupe, geralmente os jogos resolvem a maioria dos problemas com a mesma regra, no D20 por exemplo, basta rolar 1D20 (nomenclatura especial de RPG para os dados, o número antes do “D” representa o número de dados a serem rolados, o número após o “D” representa a quantia de faces que o dado tem.) contra um número definido pelo mestre, se for maior você conseguiu.

Agora você precisa definir que gênero você vai querer jogar. A grande maioria prefere a fantasia medieval, para isso eu recomendo o sistema Mighty Blade II, ele é semelhante ao Dungens & Dragons, mas é bem mais simples e usa apenas D6 (os dados comuns), o que torna o jogo mais acessível.

Há quem goste do gênero animês, super-heróis ou aventura espacial, para esses gêneros eu recomendo o sistema 3D&T, ele é simples, rápido e lida com personagens super poderosos.

Há quem goste do gênero horror, mas este precisa de um mestre com um jogo de cintura melhor, por isso não recomendo usar esse gênero logo de começo. Mas quando quiser jogar eu recomendo o Ao Cair da Noite, um sistema nacional e que recebeu boas críticas dos blogues brasileiros.

Este artigo ainda pode ser ampliado!